sábado, 8 de abril de 2023

Quem foram os presidentes no período da Ditadura Militar no Brasil?

Quem foram os presidentes no período da Ditadura Militar no Brasil?

Durante a Ditadura Militar no Brasil, que durou de 1964 a 1985, o país teve uma série de presidentes militares no poder. Abaixo está a lista de todos os presidentes do período:

  1. Humberto de Alencar Castelo Branco (1964-1967)
  2. Artur da Costa e Silva (1967-1969)
  3. Emílio Garrastazu Médici (1969-1974)
  4. Ernesto Geisel (1974-1979)
  5. João Figueiredo (1979-1985)

Vale lembrar que durante o período da Ditadura Militar, o Brasil sofreu várias violações aos direitos humanos, censura e perseguição política. O regime militar terminou com a redemocratização do país em 1985.

Humberto de Alencar Castelo Branco

Como foi o Governo de Humberto de Alencar Castelo Branco?

Humberto de Alencar Castelo Branco foi o primeiro presidente militar do Brasil, tendo governado de 1964 a 1967, logo após o golpe de estado que instaurou a Ditadura Militar no país.

Durante o governo de Castelo Branco, o país passou por profundas mudanças políticas e econômicas. Entre as principais medidas adotadas pelo governo, podemos destacar:

  • A criação do AI-1 (Ato Institucional nº 1), que suspendeu as garantias constitucionais e permitiu a cassação de mandatos e direitos políticos de opositores do regime militar;
  • A instauração de um sistema de bipartidarismo, que permitiu apenas a existência de dois partidos políticos (ARENA, alinhado ao governo, e MDB, oposicionista);
  • A adoção de um plano de estabilização econômica, com a criação do Cruzeiro Novo e o controle da inflação;
  • A criação do Banco Central e a reorganização do sistema financeiro nacional;
  • A instituição de um regime autoritário, com censura aos meios de comunicação e perseguição política a opositores.

O governo de Castelo Branco também teve como objetivo modernizar a economia brasileira, com a adoção de políticas de desenvolvimento industrial e atração de investimentos estrangeiros. No entanto, a polarização política e a crescente repressão aos opositores do regime militar marcaram o seu mandato. Castelo Branco morreu em um acidente aéreo em 1967, e foi sucedido por Artur da Costa e Silva.

Artur da Costa e Silva

Como foi o governo de Artur da Costa e Silva?

Artur da Costa e Silva governou o Brasil durante a Ditadura Militar, de 1967 a 1969, sucedendo Humberto de Alencar Castelo Branco. O governo de Costa e Silva foi marcado por uma intensificação da repressão política e pelo aumento da violência contra opositores do regime militar.

Entre as principais medidas adotadas pelo governo, podemos destacar:

  • A edição do AI-5 (Ato Institucional nº 5), que permitiu ao governo suspender mandatos parlamentares, intervir em estados e municípios, censurar a imprensa e prender pessoas sem mandado judicial;
  • A ampliação da repressão política, com a criação do DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna), responsável por interrogatórios, torturas e assassinatos de opositores do regime;
  • A criação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que instituiu a obrigatoriedade de depósito de um percentual do salário do trabalhador em uma conta vinculada, com a finalidade de garantir a segurança financeira no momento da aposentadoria;
  • A implementação do Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG), que tinha como objetivo controlar a inflação, modernizar a indústria brasileira e incentivar o desenvolvimento de grandes projetos de infraestrutura, como a construção de rodovias, ferrovias e hidrelétricas.

No entanto, o governo de Costa e Silva também foi marcado por uma forte resistência popular e política contra a ditadura militar, que culminou na realização de diversos protestos e manifestações em todo o país, como a Passeata dos Cem Mil, no Rio de Janeiro, em 1968. O presidente Costa e Silva sofreu um derrame em 1969, que o deixou incapacitado para governar, sendo então substituído pelo vice-presidente Pedro Aleixo, que foi impedido de assumir o cargo pelos militares. Costa e Silva faleceu em 1969.

Emílio Garrastazu Médici

Como foi o governo de Emílio Garrastazu Médici?

Emílio Garrastazu Médici governou o Brasil durante a Ditadura Militar, de 1969 a 1974, sucedendo Artur da Costa e Silva. O governo de Médici foi marcado por uma intensificação da repressão política e pelo auge da chamada "guerra suja", que consistia em sequestros, torturas e assassinatos de opositores do regime militar.

Entre as principais medidas adotadas pelo governo, podemos destacar:

  • A ampliação da censura aos meios de comunicação e a perseguição a jornalistas e intelectuais;
  • A aprovação da Lei de Segurança Nacional, que permitiu a prisão e a cassação de direitos políticos de pessoas que se opusessem ao regime;
  • A intensificação da guerrilha do Araguaia, conflito armado entre guerrilheiros do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e as Forças Armadas, na região norte do país;
  • A continuidade do Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG), com ênfase no desenvolvimento da indústria pesada e na construção de grandes obras de infraestrutura;
  • A conquista do tricampeonato da seleção brasileira de futebol na Copa do Mundo de 1970, evento utilizado pelo governo para promover o nacionalismo e o "milagre econômico".

No entanto, o governo de Médici também foi marcado por uma forte resistência popular e política contra a ditadura militar, que culminou em atentados a bomba e ações armadas por parte de grupos de esquerda e na mobilização de diversos setores da sociedade civil, como a Campanha da Anistia e a luta pelos direitos humanos. O governo de Médici encerrou em 1974, sendo sucedido por Ernesto Geisel.

Ernesto Geisel

Como foi o governo de Ernesto Geisel?

Ernesto Geisel governou o Brasil durante a Ditadura Militar, de 1974 a 1979, sucedendo Emílio Garrastazu Médici. O governo de Geisel foi marcado por uma política de abertura política e econômica, conhecida como "distensão".

Entre as principais medidas adotadas pelo governo, podemos destacar:

  • A aprovação da Lei da Anistia, que permitiu a volta dos exilados políticos e a libertação de presos políticos;
  • A criação do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição que tinha acesso limitado à televisão e ao rádio;
  • O fim do bipartidarismo e a criação de novos partidos políticos;
  • A extinção do AI-5 e a redução da censura aos meios de comunicação;
  • O início da reforma agrária, com a desapropriação de terras improdutivas para a redistribuição aos trabalhadores rurais;
  • O estabelecimento de relações diplomáticas com países socialistas, como Cuba e China.
    • No entanto, o governo de Geisel também foi marcado pela continuidade da repressão política, com o registro de diversas denúncias de violações aos direitos humanos e ações repressivas contra greves e manifestações populares.

      Geisel também promoveu uma política de modernização da economia, conhecida como "milagre brasileiro", que buscava o aumento da produção industrial e o controle da inflação. Porém, a política econômica de Geisel enfrentou dificuldades, como o aumento da dívida externa e a crise do petróleo, o que levou o país a enfrentar um período de inflação alta e crescimento econômico limitado.

      O governo de Geisel foi marcado por uma transição lenta e gradual para a democracia, que só foi consolidada após a eleição indireta de João Figueiredo, em 1979.

      João Figueiredo

      Como foi o governo de João Figueiredo?

      João Figueiredo governou o Brasil durante a Ditadura Militar, de 1979 a 1985, sucedendo Ernesto Geisel. Figueiredo foi o último presidente militar do regime e governou em um período de transição para a democracia.

      Entre as principais medidas adotadas pelo governo, podemos destacar:

      • A revogação do AI-5 e a ampliação das liberdades civis e políticas, como a liberdade de imprensa e de associação;
      • A legalização dos partidos políticos de oposição e a convocação de eleições diretas para prefeitos e governadores;
      • A aprovação da Lei de Anistia ampla, geral e irrestrita, que permitiu o retorno de exilados políticos e a libertação de presos políticos;
      • A implementação de políticas de desenvolvimento, com investimentos em infraestrutura e a modernização da economia;
      • A intensificação da campanha de combate à corrupção e o estabelecimento de leis mais rigorosas contra crimes de colarinho branco.

      No entanto, o governo de Figueiredo também enfrentou desafios, como a crescente mobilização popular pela redemocratização e a crise econômica, com a inflação chegando a níveis recordes.

      Figueiredo também enfrentou críticas por conta de denúncias de violações aos direitos humanos durante o regime militar, como tortura e desaparecimentos de opositores do regime.

      O governo de Figueiredo foi marcado por um processo de abertura política e lenta transição para a democracia, que culminou com a aprovação da Constituição Federal de 1988, que estabeleceu as bases para a democracia brasileira pós-regime militar. Figueiredo entregou o poder ao presidente eleito pelo colégio eleitoral, Tancredo Neves, em 1985.

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