O QUE É A TEOLOGIA DO DOMÍNIO?
CONCEITO
A "Teologia do Domínio" é uma perspectiva religiosa e teológica que enfatiza a autoridade e o controle humanos sobre a criação, frequentemente interpretando a passagem bíblica de Gênesis 1:28 como uma comissão divina para dominar e subjugar a terra. Essa interpretação é muitas vezes associada ao conceito de "domínio do homem sobre a natureza" e pode ser usada para justificar a exploração dos recursos naturais, o desenvolvimento tecnológico e até mesmo a dominação política e social.
A ideia de domínio sobre a terra tem raízes na tradição judaico-cristã e tem sido interpretada de várias maneiras ao longo da história. Enquanto algumas interpretações enfatizam a responsabilidade humana de cuidar da criação de forma responsável e sustentável (conhecida como "mordomia"), outras enfatizam mais a dominação e exploração dos recursos naturais em benefício humano.
É importante notar que a Teologia do Domínio pode ser controversa e pode ter implicações éticas e ambientais significativas, dependendo de como é aplicada e interpretada. Algumas críticas argumentam que essa interpretação pode levar a uma exploração irresponsável dos recursos naturais e a uma falta de consideração pelos impactos ambientais e sociais de nossas ações. Por outro lado, defensores da Teologia do Domínio argumentam que ela reflete uma visão bíblica legítima e é fundamental para o progresso e o desenvolvimento humano.
ESTADO LAICO
O Estado laico refere-se a um princípio fundamental de separação entre instituições religiosas e governamentais. Nesse sistema, o governo é oficialmente neutro em relação a questões religiosas e não dá preferência a uma religião específica sobre outras. Aqui estão alguns pontos importantes sobre o Estado laico e a separação entre Igreja e Estado:
- Neutralidade Religiosa: Um Estado laico não endossa ou promove uma religião específica. Isso significa que as políticas públicas, leis e ações governamentais devem ser feitas sem influência religiosa direta.
- Liberdade Religiosa: A separação entre Igreja e Estado protege a liberdade religiosa dos cidadãos, permitindo que eles pratiquem sua fé (ou optem por não ter fé) sem interferência governamental.
- Pluralismo Religioso: Em um Estado laico, há espaço para uma variedade de crenças e práticas religiosas. O governo não favorece uma religião em detrimento de outras e deve garantir que todos os cidadãos tenham igualdade de direitos e proteção, independentemente de suas crenças religiosas.
- Independência Institucional: As instituições religiosas e governamentais operam de forma independente uma da outra. Isso significa que a Igreja não controla o governo e o governo não controla a Igreja.
- Separação Legal: Leis e políticas públicas são baseadas em critérios seculares e racionais, não em dogmas religiosos. A legislação é promulgada com base em considerações de interesse público, direitos humanos e princípios democráticos, em vez de princípios religiosos específicos.
A separação entre Igreja e Estado tem sido um princípio fundamental em muitos países, especialmente naqueles com sistemas democráticos e constituições que garantem a liberdade religiosa e os direitos civis. Esse arranjo permite a coexistência pacífica de diferentes crenças e protege os direitos dos cidadãos, independentemente de suas convicções religiosas.
A Igreja tende a voltar a ter domínio sobre o Estado?
A tendência de a Igreja voltar a ter domínio sobre o Estado é uma questão complexa que depende de uma variedade de fatores, incluindo mudanças sociais, políticas e religiosas. Aqui estão algumas considerações relevantes:
- Secularização: Em muitas partes do mundo, há uma tendência de secularização, onde a influência da religião na esfera pública diminui à medida que a sociedade se torna mais secular. Isso pode resultar em uma separação mais clara entre Igreja e Estado e em uma redução da influência religiosa sobre as políticas governamentais.
- Pluralismo Religioso: Em sociedades cada vez mais diversificadas em termos de religião, é menos provável que uma única instituição religiosa domine sobre o Estado. O pluralismo religioso pode levar a um ambiente onde múltiplas vozes religiosas têm influência na esfera pública, mas nenhuma delas domina completamente.
- Democratização: Em sistemas democráticos, há uma ênfase na separação entre Igreja e Estado para garantir a igualdade de todos os cidadãos, independentemente de sua afiliação religiosa. Os governos democráticos tendem a ser mais sensíveis à diversidade religiosa e são menos propensos a permitir que uma única instituição religiosa exerça um domínio sobre o Estado.
- Ativismo Religioso: Em alguns contextos, há movimentos de ativismo religioso que buscam aumentar a influência da religião na esfera pública e na governança. Isso pode resultar em tentativas de influenciar políticas públicas e legislação com base em valores religiosos específicos.
- Contexto Histórico e Cultural: O papel da religião na sociedade muitas vezes é moldado pelo contexto histórico e cultural de um país. Em algumas nações, a influência da Igreja sobre o Estado é mais forte devido a tradições históricas profundamente enraizadas, enquanto em outras, há uma tendência para uma maior separação entre ambas.
Em resumo, a questão de a Igreja voltar a ter domínio sobre o Estado é altamente contingente e varia significativamente de acordo com o contexto político, social e religioso de cada país.
A Teologia do Domínio se enquadra onde na Bíblia? No Velho Testamento ou no Novo Testamento?
A Teologia do Domínio está mais diretamente associada a interpretações do Velho Testamento, particularmente com base em passagens como Gênesis 1:28. Essa passagem é frequentemente citada como uma comissão divina dada ao homem para "dominar" sobre a terra e todos os seus habitantes:
"Deus os abençoou e lhes disse: ‘Sejam férteis, multipliquem-se, encham a terra e subjuguem-a. Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra.’" (Gênesis 1:28)
Essa interpretação muitas vezes enfatiza a autoridade e o domínio concedidos ao ser humano sobre a criação. No entanto, é importante notar que a interpretação e aplicação dessas passagens podem variar consideravelmente entre as tradições teológicas e as interpretações individuais.
Embora o Novo Testamento também contenha ensinamentos relevantes sobre a relação entre os seres humanos e a criação, a Teologia do Domínio é mais frequentemente associada ao Velho Testamento devido à ênfase nessas passagens específicas sobre a autoridade concedida ao homem sobre a terra.
Como Israel se situa dentro da Teologia da Domínio
Dentro do contexto da Teologia do Domínio, Israel é frequentemente considerado um componente crucial. Isso porque muitos defensores dessa teologia interpretam as promessas feitas por Deus a Israel no Antigo Testamento como uma garantia de domínio sobre uma terra específica e uma posição de supremacia entre as nações.
Essa interpretação se baseia em várias passagens do Antigo Testamento que descrevem as promessas feitas por Deus a Abraão, Isaque e Jacó, que incluem a promessa de uma terra (a terra de Canaã) e uma descendência numerosa. Por exemplo, em Gênesis 15:18, Deus faz uma aliança com Abraão, prometendo-lhe uma terra específica:
"Naquele dia o Senhor fez uma aliança com Abrão e disse: 'À tua descendência dei esta terra, desde o rio do Egito até o grande rio, o Eufrates."
Dentro da Teologia do Domínio, essas promessas são muitas vezes interpretadas como significando que Israel tem um direito divino ao território que historicamente compreende a Terra Prometida. Isso pode ser visto como uma justificativa teológica para a posse da terra e para a ideia de que Israel tem um papel especial ou mesmo superior no plano divino.
Além disso, alguns defensores da Teologia do Domínio veem o retorno de Israel à terra prometida como uma realização profética e um sinal do cumprimento das promessas divinas. Isso pode reforçar a ideia de que Israel tem um papel central no plano de Deus para o mundo e, portanto, merece um lugar de destaque e até mesmo de domínio dentro da Teologia do Domínio.
No entanto, é importante notar que nem todos os cristãos ou estudiosos da Bíblia concordam com essa interpretação. As visões sobre a relação entre Israel, as promessas divinas e a terra prometida variam significativamente entre as diferentes tradições teológicas e interpretações individuais.
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