sábado, 26 de maio de 2018

Pressionado pela greve, Temer recua e manda reduzir preços da gasolina e diesel
A paralisação é contra o reajuste praticamente diário dos preços nas refinarias, que acompanha a variação do mercado externo; política da atual gestão da Petrobras que Temer quer privatizar
Publicado: 22 Maio, 2018 - 18h26 | Última modificação: 22 Maio, 2018 - 18h57
Escrito por: Luciana Waclawovsky, especial para Portal CUT
Alex Capuano/CUT


Pressionado pela greve dos caminhoneiros, iniciada nesta segunda-feira
(21), o ilegítimo Michel Temer mandou a Petrobras reduzir os preços da
gasolina em 2,08% e os do diesel em 1,54% nas refinarias a partir desta
quarta-feira (23), mas a paralisação continua, já começou a afetar a
produção de quatro fábricas – GM de Gravataí (RS) e São
Caetano (SP), Ford de Camaçari (BA) e de Taubaté (SP) - e pode
acabar com o combustível para as aeronaves no aeroporto de Brasília.
A notícia da redução ocorre no mesmo dia em que tanto o diesel quanto a
gasolina voltaram a subir nas bombas do posto: o preço da gasolina
passou a custar R$ 2,0867, enquanto o do óleo diesel subiu para
R$ 2,3716 na porta da refinaria, sem a incidência do imposto.
Os caminhoneiros, que ignoraram o aceno do governo e voltaram a
bloquear rodovias de todo o país pelo segundo dia, com manifestações
em 23 estados, exigem mudanças na política de reajuste dos combustíveis
da Petrobras, com a redução da carga tributária para o diesel e isenção da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE).
A política de reajuste do preço dos combustíveis da Petrobras, que só
no mês de maio aumentou em 16,07% o preço da gasolina, prejudica
os motoristas, segundo as entidades de classe do setor, uma vez que
“o caminhoneiro autônomo tem dificuldade até para determinar o valor
do frete”.
A maior crítica é contra o atual presidente da Petrobrás, Pedro Parente,
que adotou a política de paridade com o mercado internacional,
aumentando os preços de acordo com a variação do barril de petróleo
no mercado externo, sem estabelecer qualquer mecanismo de proteção
para o consumidor.
O reajuste praticamente diário dos preços nas refinarias, que acompanha
a variação da flutuação cambial, é política da atual gestão, que pretende
entregar a Petrobras, patrimônio do povo brasileiro, às empresas
estrangeiras, explica o técnico do Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos – Dieese da Federação Única
dos Petroleiros (FUP), Cloviomar Cararine.
Segundo ele, a partir da descoberta do Pré-Sal, o país passou a produzir
petróleo muito mais barato e, como tem refinaria, o produto final ficava
ainda mais barato. “Com a produção própria, não havia necessidade de
se submeter ao mercado internacional e elevar o preço nesse ritmo
imposto por Parente”.
Segundo o técnico do Dieese, é produzido no País cerca de três milhões
de barris/dia de petróleo. Desses, 2,5 milhões são refinados se todas as
17 refinarias trabalharem sem parar. O país consome, de derivados, por
volta de 2,7 milhões.
“Resumindo: temos produção de petróleo e capacidade de refinar esse
produto,
bem como capacidade de consumo equivalente à produção. Por isso o
combustível chegava mais em conta nas bombas de gasolina e diesel.
Era produção 100% nacional”, explicou.
“Entre 2003 e 2012, a Petrobrás acompanhava a paridade do preço
internacional,
mas como a produção era brasileira, o preço também se dava por variáveis
nacionais como a produção própria e a capacidade do refino.
O preço do derivado, então, tinha a ver com a produção interna do país”,
disse Cloviomar.
No entanto, desde que o ilegítimo Temer nomeou Parente para o comando
da
estatal, as refinarias passaram a operar com 75% da capacidade em vários
estados. Com isso, aumentou a importação. Em 2017, foram importados
mais de
200 milhões de barris de derivados de petróleo, número recorde da série
histórica da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
“A partir de 2016 a Petrobras passou a reduzir deliberadamente a produção
das refinarias, a aumentar a exportação de petróleo cru e a atrair
importadores de derivados.”
Para o secretário nacional de Comunicação da CUT, Roni Barbosa, os
valores abusivos dos combustíveis estão sendo instrumentalizados por
Pedro Parente
para explicar a venda completa da estatal.
“Os aumentos abusivos dos combustíveis no Brasil estão servindo para
aumentar
os lucros dos importadores de combustíveis. Parente quer entregar
40% do refino e da comercialização dos combustíveis para empresas
multinacionais. Elas querem controlar a produção e a distribuição da
gasolina e do gás de cozinha sem ter de prestar contas ao povo
brasileiro”, esclareceu o
dirigente
sindical, que também é petroleiro.
“Resumindo, novos aumentos virão com a privatização da Petrobras.”
Outras consequências das políticas adotas por Pedro Parente são as
altas nos preços dos fretes rodoviários, dos alimentos, das roupas e
calçados, o que impacta na inflação e no custo de vida dos brasileiros,
pois todos fazem parte da cadeia produtiva que depende dos
derivados de petróleo.
Greve em defesa da Petrobras
No dia 1º de maio, 12 dos 13 sindicatos da Federação Única dos
Petroleiros (FUP) já haviam aprovado greve contra a privatização da
Petrobras – o que equivale 90% da categoria. A paralisação é uma
resposta ao maior desmonte da história da Petrobras, que agora avança
sobre as refinarias, fertilizantes,terminais e dutos da Transpetro,
disse Roni.
Ele explicou que a paralisação dos petroleiros se dará em cima de
quatro eixos:
1) redução dos preços dos combustíveis e gás de cozinha;
2) manutenção dos empregos e retomada da produção interna de
combustíveis;
3) fim das importações da gasolina e outros derivados de petróleo;
4) e contra as privatizações e desmonte do Sistema Petrobras.
A categoria também decidiu, por meio de assembleias que aconteceram
no mês de abril, realizar:
1) manifestos em defesa da soberania,
2) pela democracia e contra a prisão política de Lula, o presidente que
mais investiu na Petrobras e foi o responsável pela descoberta do Pré-Sal,
alvo da sanha capitalista das empresas internacionais que estão de olho
na estatal.
Os grifos em amarelo e verde são do blog.

Observação do BLOG: Temer e Parente são traidores e
estão colocando em risco a soberania nacional.
Deveriam ser presos e condenados pelos desmandos
no país e na Petrobrás.

Fonte: CUT

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