O primo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), Glaycon Raniere de Oliveira Fernandes, foi preso em flagrante no dia 23 de maio de 2025, em Uberlândia (MG), por suspeita de tráfico interestadual de drogas. Durante a abordagem realizada pela Polícia Federal na BR-452, foram encontrados 30,2 kg de maconha e 3,82 g de cocaína no porta-malas do veículo em que Glaycon estava.
Glaycon admitiu que transportava a droga para Nova Serrana (MG), mas não revelou quem seria o destinatário. Ele estava acompanhado de outro homem, que foi ouvido e liberado pela polícia. Na audiência de custódia realizada em 24 de maio, o juiz José Roberto Poiani converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva, justificando a decisão pela grande quantidade de entorpecentes apreendidos.
Além disso, a Polícia Civil de Minas Gerais realizou uma busca em um imóvel em Pitangui (MG), onde apreendeu maconha, haxixe e crack. Uma mulher de 26 anos foi presa em flagrante por tráfico de drogas durante essa operação .
Até o momento, o deputado Nikolas Ferreira não se pronunciou publicamente sobre a prisão de seu primo. No entanto, o deputado federal André Janones (Avante-MG) comentou o caso em suas redes sociais, destacando que não há provas que liguem Nikolas Ferreira ao narcotráfico, mas solicitando uma investigação sobre emendas parlamentares que teriam sido enviadas a Glaycon Fernandes .
Para mais detalhes sobre o caso, você pode assistir à seguinte reportagem:
Ações de Eduardo Bolsonaro nos EUA terão consequências para ele e seu pai
Enquanto o Brasil luta para preservar sua democracia, Eduardo Bolsonaro age como um fantoche dos EUA, tentando articular ações que ameaçam a soberania nacional. Ele quer vender nossa Justiça a políticos estrangeiros. Isso não é só covardia, é crime contra o Estado brasileiro. pic.twitter.com/doDOtH8FTX
O escândalo do INSS de forma geral pode se referir a diferentes episódios ao longo da história do Brasil, pois o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já esteve no centro de diversas denúncias de fraudes, corrupção, desvios de verba e má gestão.
Veja alguns dos principais escândalos relacionados ao INSS:
🔹 1. Fraudes em benefícios previdenciários
Um dos tipos mais recorrentes de escândalo no INSS envolve concessão de benefícios fraudulentos, como:
Aposentadorias por invalidez para pessoas saudáveis;
Pensões pagas a pessoas que falsificaram documentos;
Auxílio-doença concedido com laudos falsos;
"Segurados fantasmas", ou seja, benefícios pagos a pessoas já falecidas.
Essa operação da Polícia Federal desmantelou um esquema que fraudava benefícios com documentos falsos no INSS. O nome foi inspirado nos "planos tabajara" dos programas humorísticos da época, devido à fragilidade das fraudes.
🔹 3. Operação Sanguessuga (2006)
Embora não tenha atingido diretamente o INSS, revelou conexões entre parlamentares e desvios de verbas públicas que incluíam recursos da saúde e da seguridade social. Indiretamente, prejudicou o sistema previdenciário.
🔹 4. Esquemas de corrupção em perícias médicas
Diversas investigações revelaram médicos peritos recebendo propina para liberar benefícios de forma irregular. Em muitos casos, os peritos eram coniventes com quadrilhas organizadas que aliciavam segurados para fraudar o INSS.
🔹 5. Fraudes em massa (2010–2020)
O INSS passou por uma série de pente-finos para cancelar milhares de benefícios irregulares. Durante esse período, descobriu-se que bilhões de reais estavam sendo pagos indevidamente.
🔹 6. Denúncias de 2023–2024
Mais recentemente, denúncias apontam para demora proposital na análise de benefícios, uso político da fila do INSS e suspeitas de favorecimento em contratos de digitalização e TI, além de irregularidades na concessão de aposentadorias rurais.
🔸 Impacto desses escândalos:
Prejuízo bilionário aos cofres públicos;
Desconfiança da população no sistema previdenciário;
Atrasos para quem realmente precisa do benefício;
Aumento da fiscalização e das operações da Polícia Federal.
O escândalo mais recente refere-se a descontos não autorizados no período de 2019 a 2024
O escândalo mais recente envolvendo o INSS refere-se a descontos não autorizados em aposentadorias e pensões, ocorridos entre 2019 e 2024.Durante esse período, entidades conveniadas ao INSS realizaram cobranças indevidas diretamente na folha de pagamento de beneficiários, sem o devido consentimento.
🔍 Principais descobertas da auditoria
Valor total descontado indevidamente: Aproximadamente R$ 45,5 milhões foram subtraídos de aposentados e pensionistas entre janeiro de 2023 e maio de 2024.
Número de beneficiários afetados: Mais de 1,1 milhão de segurados solicitaram a exclusão de mensalidades associativas não autorizadas.
Valor médio dos descontos: Cerca de R$ 43,12 por mês por beneficiário.
Total de descontos associativos no período: Os descontos, tanto autorizados quanto não autorizados, somaram cerca de R$ 3,07 bilhões, afetando aproximadamente 7,7 milhões de beneficiários em maio de 2024.
🏛️ Falhas na fiscalização e gestão
A auditoria apontou que 54,56% não tinham autorização dos beneficiários. Além disso, foram identificadas falhas na formalização dos Acordos de Cooperação Técnica, com problemas na fiscalização e na verificação da documentação necessária. Essas irregularidades ocorreram durante as gestões de diretores de benefícios indicados por políticos nos governos de Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva.
⚖️ Investigações e medidas adotadas
Investigações em andamento: O relatório da auditoria foi encaminhado à Polícia Federal (PF) e à Controladoria-Geral da União (CGU), que estão conduzindo investigações sobre a natureza e a extensão das irregularidades. Além disso, o Ministério Público de São Paulo está conduzindo uma investigação paralela, em conjunto com a Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Medidas corretivas: Em resposta ao escândalo, o INSS emitiu uma Instrução Normativa em julho de 2024, estabelecendo regras mais rigorosas para autorizações de descontos. Além disso, a Diretoria de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão foi reformulada após a exoneração de André Fidelis, envolvido no caso.
🛡️ Como se proteger e agir
Se você é aposentado ou pensionista do INSS, é importante:
1. Verificar regularmente seus extratos: Acesse o aplicativo ou site Meu INSS para conferir se há descontos não autorizados.
2. Solicitar o cancelamento de descontos indevidos: Caso identifique cobranças não autorizadas, solicite a exclusão diretamente pelo Meu INSS ou pela Central Telefônica 135.
3. Requerer a devolução dos valores: Você tem o direito de receber em dobro o que foi descontado sem autorização. Se a associação não devolver, o INSS poderá intervir para que o valor seja restituído.
4. Ficar atento a novas medidas de segurança: O INSS está implementando sistemas de alertas automáticos para notificar os segurados sobre qualquer tentativa de aplicar descontos.
Este escândalo destaca a importância de uma fiscalização rigorosa e da transparência nas relações entre o INSS e as entidades conveniadas, visando proteger os direitos dos aposentados e pensionistas.
📌 A ATUAÇÃO DE FACÇÕES CRIMINOSAS NO RIO DE JANEIRO
1. Origem nas prisões: o berço das facções
A história das principais facções criminosas do Rio de Janeiro tem suas raízes no sistema prisional:
Comando Vermelho (CV): surgiu no final da década de 1970 no presídio da Ilha Grande, a partir da convivência forçada entre presos comuns e presos políticos, que compartilhavam estratégias de organização e resistência. Essa união produziu um novo tipo de criminoso: mais politizado e com visão de rede.
Amigos dos Amigos (ADA) e Terceiro Comando Puro (TCP): nasceram posteriormente como dissidências do CV, disputando território e poder com violência.
📍 A prisão, longe de reabilitar, tornou-se uma “universidade do crime”, onde nasciam estruturas criminosas organizadas que depois se expandiriam pelas comunidades.
2. Expansão territorial: o domínio das favelas
As facções se aproveitaram do abandono estatal nas periferias e assumiram funções que o governo não cumpria:
“Justiça” paralela: julgam e punem moradores conforme suas próprias regras.
Serviços sociais: distribuição de cestas básicas, medicamentos, festas e até apoio financeiro a famílias.
Emprego e proteção: jovens são aliciados como “olheiros”, “vapores” e “soldados”.
📍 A ausência do Estado foi preenchida por um poder paralelo, que ofereceu pertencimento, proteção e sustento a uma população esquecida.
3.Infiltração nas instituições
Com o tempo, as facções buscaram legitimidade e blindagem, infiltrando-se em órgãos oficiais:
📌 Exemplos:
Corrupção policial: policiais civis e militares foram presos por envolvimento com facções, seja para liberar cargas, avisar operações ou vender armas.
Milicianos eleitos: o Rio viu crescer a influência de milícias, grupos formados por ex-policiais e militares que dominam áreas inteiras com lógica mafiosa e, diferentemente das facções do tráfico, buscam poder político institucionalizado.
Casos emblemáticos:
Flávio Bolsonaro foi investigado por ligações com milicianos, inclusive com o caso de Fabrício Queiroz, acusado de comandar um esquema de rachadinha com milicianos na Assembleia Legislativa.
Caso Marielle Franco: assassinada em 2018. Investigações revelam possível envolvimento de milicianos ligados a políticos e à segurança pública.
4. Blindagem política e eleitoral
As facções e milícias influenciam eleições em seus territórios:
Impõem candidatos.
Intimidam adversários.
Garantem votos em troca de favores, proteção e favores futuros no exercício do mandato.
📍 Assim, o poder criminoso deixou de ser apenas marginal e passou a se institucionalizar, entrando pelas portas da política e da administração pública.
5. Tentativas e fracassos do Estado
UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora): criadas em 2008, buscavam retomar o controle do Estado sobre os territórios. Tiveram sucesso inicial, mas fracassaram por falta de continuidade, corrupção interna e resistência das facções.
Intervenção Federal (2018): a presença militar no Rio foi marcada por resultados questionáveis. Muitas operações terminaram com mortes de inocentes, sem desmantelar efetivamente as organizações criminosas.
🎯 Conclusão
A atuação das facções criminosas no Rio de Janeiro escancara a falência de políticas públicas de segurança, o colapso do sistema prisional, e a omissão do Estado nas periferias.
Mais grave ainda: mostra como o crime, longe de estar fora das instituições, muitas vezes está dentro delas, infiltrado, blindado e até votado democraticamente.
Porque tantas pessoas envolvidas com crimes adentraram nas instituições brasileiras?
⚖️A crise silenciosa das instituições brasileiras
Ao longo da história, a combinação entre instituições frágeis, corrupção estrutural e ausência de fiscalização rigorosa permitiu a entrada de indivíduos ligados a práticas criminosas no poder. Analisar essas causas é essencial para quem busca compreender — e transformar — a realidade do Brasil.
Existem vários fatores históricos, políticos, culturais e estruturais que explicam por que tantas pessoas envolvidas com crimes conseguiram adentrar e até dominar espaços em instituições brasileiras, como partidos políticos, administrações públicas, Judiciário, polícias e outros setores. Vou resumir os principais pontos:
Fragilidade histórica das instituições
O Brasil sempre teve problemas com instituições frágeis, herança de períodos de colonização, império, ditaduras e governos populistas. As instituições demoraram a se consolidar como realmente independentes e republicanas.
Cultura de impunidade
Existe uma percepção — e muitas vezes uma realidade — de que o crime compensa no Brasil. As punições são lentas, brandas ou ineficazes, especialmente para pessoas com poder político ou econômico. Isso gera incentivo para que criminosos entrem nas instituições, pois sabem que podem escapar das consequências.
Sistema político permissivo
O sistema eleitoral brasileiro, principalmente antes de reformas recentes, facilitava a eleição de candidatos com histórico criminal ("ficha suja") ou suspeitos de corrupção, graças a brechas legais, financiamento de campanhas e manipulação de currais eleitorais.
Corrupção estrutural
A corrupção não é apenas um problema pontual no Brasil; ela foi, em muitos casos, estrutural, ou seja, parte do funcionamento de muitas instituições. Quem quer enriquecer ou se proteger via corrupção muitas vezes procura se infiltrar no próprio sistema que deveria combatê-la.
Poder econômico do crime organizado
Organizações criminosas como facções de tráfico e milícias cresceram tanto que passaram a financiar campanhas, controlar territórios e influenciar diretamente eleições e políticas públicas, especialmente em áreas periféricas e menos fiscalizadas
.
Educação cívica deficiente
Uma população com baixa formação política e cívica é mais vulnerável a votar em criminosos travestidos de "salvadores", "líderes populares" ou "novas soluções". Faltou (e ainda falta) educação de qualidade que forme cidadãos críticos e atentos.
Conivência e medo
Em muitos casos, a população local, funcionários públicos e até autoridades acabam aceitando criminosos infiltrados por medo de represálias ou porque enxergam neles alguma solução prática para problemas que o Estado não resolve (segurança, infraestrutura, empregos).
Judiciário e fiscalização ineficientes
Órgãos que deveriam barrar criminosos — como Tribunais Eleitorais, Tribunais de Contas, Ministério Público — muitas vezes foram ineficientes, aparelhados politicamente ou até cúmplices.
Patrimonialismo e clientelismo
Elementos tradicionais da política brasileira, onde o público é tratado como extensão dos interesses privados, reforçaram o espaço para práticas criminosas dentro das instituições.